Em momentos conturbadores como a este momento de crise que vivemos, as empresas ficam mais vulneráveis, isso por que o ambiente na qual elas estão inseridas sofrem mudanças rápidas e adversas, influenciando de forma negativa, tanto pelos fatores externos como economia, política e concorrência quanto pelos eventos inesperados, como a perda de fidelidade dos clientes, custo operacional mais alto, entre outros.
Mas a verdade é uma só, empresas acomodadas tendem a sofrer mais em épocas difíceis, pois estavam acostumadas com faturamento linear, estabilidade dos fornecedores, conformadas com colaboradores medianos e em alguns casos colocando os clientes como terceira, quarta ou até quinta prioridade.
Alguns pontos que mapeei nestes anos de experiência à frente de muitas empresas me fez pensar em como identificar aquelas que tendem a sobreviver a crises e ter maior força de arranque quando a turbulência passar e aquelas que tendem a desaparecer rapidamente até em cenários desfavoráveis.
Sérgio Zaccarelli, em uma obra chamada Ecologia de Empresas, faz uma comparação da Ecologia Biológica com a Ecologia de Empresa. Ele definiu:
“Tanto os organismos como as empresas apresentam características de nascer, viver e morrer, ou, em termos empresariais, são fundadas, operam e fecham, embora o tempo de vida das empresas seja extremamente variável, o que não tem menor importância”
Com base nessa teoria e com o desempenho das empresas brasileiras, podemos dizer que algumas estão entrando em extinção e, para melhor identifica-las traçamos um perfil destas que tendem a desaparecer. O Ciclo de vida passa ser a ser curto para empresas como estas abaixo mencionadas.
Entrarão em extinção aquelas que:
· Não realizam planejamentos de longo e de curto prazos;
· Não medem o desempenho constantemente, como rentabilidade, crescimento patrimonial, produtividade, desenvolvimento humano, posicionamento de mercado e comparação com o mercado concorrente;
· Desprezam sistema de informação, portanto, não conseguem tomar decisões acertadas;
· Acreditam que controles e processos atrasam a produtividade;
· Não possui critério de investimentos, principalmente em estoque;
· Não investem em gestão, somente nos recursos materiais;
· Desenvolvem pessoas para serem empregados e não empreendedores para a própria empresa;
· Investem baixo ou quase nada em marketing e não identificam claramente qual é seu o público alvo;
· Não conhece a proporção custo fixo x custo variável da empresa, dificultando uma gestão Lean (Enxuta);
· Remuneram os sócios mais do que a empresa, onde a lógica seria Captar Recursos, Evitar a Escassez, alocar racionalmente os recursos e por último remunerar os investidores. Lembro ainda que a remuneração do sócio é o retorno do valor que o mesmo investiu na empresa, ou seja, se a empresa foi bem o sócio poderia retirar e se a empresa foi mal, o pagamento dos dividendos não deveria acontecer.
· Retiram pró-labore maior que a empresa suporta;
· Não inovam, nem nos produtos, nem nas pessoas e nem nos processos.